Aquela clássica pergunta "como foi o dia na escola?" pode fazer a diferença na vida de crianças e adolescentes. Ter responsáveis participativos e interessados pela vida escolar é um dos ingredientes para o bom desenvolvimento dos alunos.
Escola e famílias juntas devem cooperar para formar o indivíduo, dividindo a tarefa desafiadora de educar. Para isso, cabe aos pais confiar na instituição e cabe à escola cumprir sua proposta e manter um bom diálogo com as famílias.
De acordo com o neuropediatra Thiago Gusmão, os três pilares de uma boa base de educação das crianças são: escola, socialização e família.
"A família tem papel fundamental dentro da escola, em associação com o professor, no processo de desenvolvimento da criança, para cativar o interesse e a responsabilidade. Sem esse apoio, a chance da criança ter um prejuízo na educação é grande".
Isso é válido não só para a criança, mas também para adolescentes. A psicóloga Carolina Alves explica que é importante o filho sentir o interesse dos pais pelo o que foi aprendido, não sentindo de alguém que está vigiando o que o filho faz, mas de alguém que realmente quer trocar ideias sobre o que aconteceu de interessante na escola. "Quando a criança ou o adolescente percebe que você se interessa pelo fazer dele na escola, ele terá mais vontade de endereçar, de demonstrar o aprendizado para essa pessoa".
A contadora Nilceia Venturinni Dipalma, mãe de Rafael Venturinni, de 15 anos, garante que, apesar do filho estar mais velho hoje, as preocupação dela são as mesmas de quando ele entrou na Escola Luterana, há 12 anos. " Sempre o ajudei com as tarefas de casa. Às vezes precisamos dar uns puxões de orelha. Quando não consigo ajudá- lo em alguma atividade, o irmão mais velho ajuda. Acho que a fam´ília e a escola precisam trabalhar juntas para o aluno evoluir" explicou a contadora.
Para a mãe de Arthur Brandão, de 5 anos, a artesã Barbara Chidetti de Morães, a parceria com a escola Luterana é algo normal e tem influência dos pais dela. "Acho fundamental a família estar presente e para mim é natural, pois meus pais sempre estiveram presentes também. Participo de todos os eventos da escola, junto com meu marido. Para mim é muito prazeroso".
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
Incentivo da família cativa o interesse e a responsabilidade dos estudantes.
Com a auxílio dos familiares, que conhecem tão bem as crianças, os professores conseguem trabalhar melhor certas limitações identificadas nos alunos. "A família ´e ´informada e tem livre acesso a tudo que acontece na vida do filho. Se tenho uma criança que tem dificuldade em se relacionar com o outro ou uma criança que se isola, por exemplo, vamos investigar isso junto com a família", afirma a psicopedagoga da Escola Luterana, Alcione Corrente Corrente Rocha Martins.
Pesquisa Atitudes Pela Educação
A Pesquisa Atitudes pela Educação, realizada pelo movimento Todos Pela Educação, em 2014, mostrou que 19% dos pais estavam distantes da relação com os filhos e a com a escola. Enquanto apenas 12% estavam empenhados em colaborar com o aprendizado. O levantamento ouviu pais de estudantes de 4 a 17 anos, matriculados em escolas particulares e públicas de todo o Brasil.
A pesquisa dividiu os pais e responsáveis em:
Comprometidos (12%) : Demonstram interesse, participam ajudando com a tarefa de casa, por exemplo, e dedicam mais tempo aos filhos.
Envolvidos (25%): Valorizam a escola, mas passam pouco tempo com os filhos.
Vinculados (27%): Dedicam mais tempo aos filhos, mas não valorizam a escola na mesma proporção.
Distantes (19%): Não se envolvem com a escola e tem pouco diálogo com os filhos.
Quais os benefícios para o aluno?
Quando há o envolvimento dos pais no processo de aprendizagem, há também a garantia de que a família irá tomar medidas em casa para complementar o processo da escola, isso significa um melhor desempenho para os alunos.
"A criança que tem os pais mais presentes, tem um nível de aprendizado melhor. Eles se sentem mais seguros para arriscar e passam a desenvolver a autonomia", afirmou o especialista em gestão escolar e diretor da Escola Siena, José Geraldo Gaurink Dias.
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